domingo, 14 de dezembro de 2014

Nossa relação com a tecnologia e com a informação (ou a distração?)...

Pessoal que acompanha o blog!
Posto aqui texto de Nílson Souza, "Pronquinóistaminu?", publicado na edição n. 18102, de Zero Hora, em 13 de dezembro de 2014. Penso que, apesar de pequeno, traz coisas interessantes a pensarmos sobre o que fizemos com essa facilidade toda das tecnologias! Boa leitura, boas reflexões...

13 de dezembro de 2014 | N° 18012

NÍLSON SOUZA


  • PRONQUINÓISTAMINU?

    Li outro dia que qualquer adolescente dos dias atuais, com um smartphone nas mãos e acesso à internet, tem à sua disposição mais informações do que Bill Clinton tinha quando era presidente dos Estados Unidos. E não faz muito tempo isso. Foi na virada do século que o sorridente democrata escandalizou o mundo e quase foi impichado por seu envolvimento com uma estagiária. Isso que naquela época não havia redes sociais.

    Outra comparação estonteante: o computador da Apolo 11, que levou o homem à Lua em 1969, era infinitamente inferior a qualquer tablet utilizado pela garotada de hoje para jogos online e comunicação instantânea. Se voltarmos ainda mais na História, veremos que cientistas famosos e grandes vultos da humanidade dispunham em suas épocas de menos acesso ao conhecimento do que as crianças e os adultos contemporâneos.

    Certo, mas o que fazemos com tanta informação? Pronquinóistaminu? – como dizem os mineiros na sua linguagem apocopada. Não me atrevo a dizer para onde nós estamos indo, mas tenho certeza de que assim como está não ficará.

    Alguém já registrou que a Era da Informação é também a Era da Distração. Todo mundo tem acesso a tudo, mas a maioria das pessoas não sabe o que fazer com tantas possibilidades. Esse talvez tenha que ser o nosso próximo aprendizado, tão logo conseguirmos colocar o rosto para fora do entulho e respirar um pouco.

    A conexão plena e permanente é tão maravilhosa quanto apavorante. Depende de cada um. A tecnologia pode libertar ou escravizar. Depende de cada um. O acesso ilimitado às informações pode trazer benefícios ou prejuízos. Depende da nossa inteligência e da nossa vontade.

    O que parece evidente é que a estrada da tecnologia não tem retorno. Ou aprendemos a lidar com os obstáculos e as oportunidades ou ficamos pelo caminho. O lado animador desse emaranhado de incertezas é que ficou mais fácil aprender – desde que, obviamente, a pessoa se concentre no que realmente busca e não perca o rumo.

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